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Saiba Tudo Sobre Amitriptilina

Neurologista - Dr. Willian Rezende do Carmo

Categorias: Conteúdos, Emoções, Insônia

Publicado: 8 de abril de 2025 | Atualizado: 9 de abril de 2025

Amitriptilina é um medicamento muito utilizado, com diversas indicações, estando presente no nosso dia a dia. Mas, do ponto de vista do médico especialista em Neurologia, muda algo?

Continue acompanhando este artigo para Saber Tudo Sobre a Amitriptilina, especialmente do ponto de vista do neurologista.

Visão do Neurologista Sobre Amitriptilina

Assim como acontece com diversos medicamentos, temos ciência sobre características específicas da amitriptilina, que incluem indicações, modo de funcionamento, metabolismo, apresentações, interações medicamentosas, uso em populações específicas e efeitos colaterais, por exemplo.

Principais Indicações

Em relação às suas indicações, a amitriptilina é um medicamento versátil que serve para diferentes situações que incluem:

  • Síndromes dolorosas: indicada para tratamento de dor na musculatura e distúrbios de sono associados à fadiga crônica, em que a pessoa também não dorme bem, dor de cabeça tipo tensão crônica, dor neuropática crônica, fibromialgia e síndrome dolorosa miofascial, controle da neuralgia pós-herpética e dor associada com sintomas globais intestinais, e prevenção de enxaqueca;
  • Sintomas funcionais: voltada para disfunção em algum funcionamento que deveria estar normal no corpo, como cistite intersticial, dispepsia funcional, enurese noturna, sialorreia e síndrome do vômito cíclico;
  • Transtorno depressivo: principalmente em casos em que o paciente não é depressivo, mas precisa de um medicamento antidepressivo, como é o caso de quem tem transtorno depressivo maior.

Modo de Funcionamento

A amitriptilina funciona aumentando a concentração de serotonina e noradrenalina na fenda sináptica, assim como tem efeito anticolinérgico, o que pode ser visto como uma ação esperada ou um efeito colateral.

Metabolismo

Quanto ao seu metabolismo, é hepático, com excreção renal, tem uma meia-vida considerada longa, de 13h a 36h, com dose máxima diária de 300 mg, mas o mais comum, do ponto de vista neurológico, é até 150 mg por dia.

Apresentações

A amitriptilina pode ser encontrada em apresentações de comprimidos de 10 mg, 25 mg e 75 mg, mas fora do Brasil existem outras dosagens, que vão de intermediárias a mais altas.

Interações Medicamentosas

Em relação a tudo que precisa saber sobre as interações medicamentosas da amitriptilina podemos citar:

  • Álcool: aumenta os efeitos do álcool independentemente da quantidade ingerida;
  • Drogas com ação no sistema nervoso central: tende a elevar o potencial de medicamentos capazes de aumentar depressão do sistema nervoso central (sedação, desânimo, perda do nível de consciência ou sonolência), o que pode ser tanto positivo quanto negativo;
  • Síndrome da descontinuação aguda: pode provocar a síndrome da descontinuação aguda, em que o paciente se sente mal ao fazer sua retirada de forma abrupta;
  • Outros alertas: é capaz de provocar virada maníaca em pacientes bipolares, excessivo efeito anticolinérgico em quem já está usando outro anticolinérgico, arritmia e aumento do intervalo QT com determinados medicamentos, e descompensação do hipertireoidismo em quem está em fase de tratamento.

Uso em Populações Específicas

Além dos diversos fatores que levamos em consideração para prescrever um medicamento, no caso da amitriptilina também nos atentamos ao uso em populações específicas.

  • Cardíacos: quem apresenta arritmia (até que não esteja controlada) depende de um acompanhamento do quadro quando recebe a indicação do remédio;
  • Cirrose: também conhecida como insuficiência hepática, a recomendação envolve uma dose que varia entre 50% menor e 100 mg por dia;
  • Crianças e adolescentes: para esses perfis de paciente, tem indicação de bula para tratamento de dor crônica, enurese noturna, enxaqueca e síndrome do vômito cíclico,
  • Gestantes: por não haver registros de malformações e raros casos de sintomas da retirada nos recém-nascidos, é uma opção para gestantes, desde que estejam cientes de que atravessa a barreira placentária, chegando ao bebê, o que faz com que não seja de uso prolongado;
  • Idosos: por estar associada às fortes propriedades anticolinérgicas, acaba sendo um público sensível até em doses baixas do medicamento, resultando em sedação e sonolência, por exemplo, por isso, é fundamental que essa seja uma decisão consciente, comum e acompanhada pelo médico de confiança, que pode recomendar em casos de idosos com dor pós-herpética;
  • Insuficiência renal: quando realmente há necessidade, nos pacientes de dialíticos é preciso reconsiderar porque a amitriptilina tem efeitos anticolinérgicos capazes de somarem com os da própria diálise;
  • Lactantes: devido ao fato de ser excretada no leite, é recomendado interromper a amamentação durante o período ou o uso de amitriptilina, o que deve ser analisado pelo médico e pela paciente para que possam chegar em um acordo sobre a melhor opção para cada caso.

Efeitos Colaterais

Em relação aos efeitos colaterais da amitriptilina, é importante ter ciência de que são diversos, o que influencia quando o assunto é o receio de utilizá-la, mas são manejáveis e não fazem distinção de perfis dos pacientes:

  • Comuns: aumento do apetite (especialmente, por doces), boca muito seca, constipação, visão turva, sonolência;
  • Mais raros: anormalidades no eletrocardiograma, arritmia cardíaca, aumento da pressão intraocular (casos de glaucoma de ângulo fechado), agressividade (principalmente, em crianças), delírio (majoritariamente em doses altas e idosos), fratura óssea (doses altas para idosos e por muito tempo) ou redução de memória e mioclonias (doses ainda mais altas), e taquicardia sinusal.

Dúvidas Comuns

Além dessas características, é comum surgirem dúvidas em relação à amitriptilina que igualmente são importantes e válidas de conhecerem.

Possibilidade de Dependência

Apesar de não causar dependência, a amitriptilina é conhecida por ter síndrome da descontinuidade aguda e efeito de acomodação com doses, fazendo com que precisem ser cada vez maiores para que o paciente tenha o mesmo efeito terapêutico. Sem contar que, caso haja necessidade de tirar o medicamento, em alguns casos, a dor volta a manifestar-se, o que é diferente de uma dependência.

Medo ou Preconceito

Seja por parte dos pacientes ou médicos, o receio pode ter relação com os efeitos colaterais da amitriptilina, especialmente em tratando-se do ganho de peso, por isso, cada caso deve ser minuciosamente analisado e conversado para chegarem em acordo sobre a melhor opção.

Baixo Uso x Diversas Indicações

Apesar das indicações variadas, a amitriptilina é um medicamento antigo e existem outras opções no mercado que também são capazes de atuar nas mesmas patologias, de diferentes formas e, às vezes, com menos efeitos colaterais, o que tende a fazer com que alguns médicos priorizem os demais, além de existirem os casos em que realmente não são a melhor alternativa por causa do perfil do paciente.

Logo, essa é uma decisão que varia de acordo com cada profissional, mas uma alternativa viável, especialmente diante das possibilidades citadas, portanto, pode ser levada em consideração.

E caso ainda tenha dúvidas, deixe nos comentários e não hesite em agendar uma consulta para saber mais informações sobre o seu caso e se a Amitriptilina é uma opção real para você!

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Emoções

Os transtornos emocionais caracterizam-se por disfunções comportamentais e cerebrais, que afetam a saúde psicológica e a qualidade de vida dos pacientes. Distúrbios como depressão, ansiedade, estresse, síndrome do pânico e fobia social estão inclusos nesta categoria. As causas, sintomas, e terapias variam de acordo com a condição. É essencial buscar ajuda especializada para diagnosticar e tratar adequadamente o problema.

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